Pedagogia da Alternância no Brasil
quinta-feira, 5 de setembro de 2013
segunda-feira, 5 de agosto de 2013
A escola para o trabalho
A palavra
escola (Scholé, da palavra grega) no sentido estrito é o “lugar do ócio”, sendo
a assim, foi inicialmente pensada para os sujeitos que não participavam do
processo produtivo. Fazer a relação de mundo e escola faz-se necessária uma vez
que ambas estão interligadas, pois a escola surge desta relação. A escola que
conhecemos atualmente institucionalizou-se mediante as relações de trabalho. A
divisão de trabalho na sociedade pré-capitalista foi marco preponderante da escola,
quando o artesão inicia o processo de ensino aprendizagem através de seu
aprendiz, o camponês.
O
trabalho como produto humano promoveu ao longo da história relações sociais ora
harmônicas, ora conturbadas. O capitalismo foi fato determinante para que tais
envolvimentos sociais gerassem muitos conflitos.
Pensar
o meio escolar nesse momento é relacioná-lo a trabalho sendo, portanto ambos
inseparáveis. Torna-se interessante frisar que esta foi e é pensada para
privilegiar minorias elitistas.
O
mercado de trabalho do século XXI é resultado das relações capitalistas do
passado. O advento da globalização a partir do mercantilismo europeu acentuou
de forma massiva as diferenças sociais que já eram enormes.
A
escola teve então adequar-se às transformações do mercado de trabalho, ou seja,
ele dita as regras e a sociedade acompanha com suas limitações. O homem deve
ser capacitado sempre para a lógica do mercado imperialista e detentor dos
meios de produção.
Assim,
a educação escolar teria a função de auxiliar a construção e consolidação de
uma sociedade democrática:
O direito de todos à educação decorria
do tipo de sociedade correspondente aos interesses da nova classe que se
consolidara no poder: a burguesia. Para superar a situação de opressão, própria
do Antigo Regime e ascender a um tipo de sociedade fundada no contrato social
celebrado livremente entre os indivíduos eram necessário vencer a barreira da
ignorância... A escola é erigida, pois no grande instrumento para converter
súditos em cidadãos. (SAVIANI, 1991).
Como educar na medida em
que a família, a escola, as relações de trabalho mudaram? Os professores
precisam ser preparados para confrontar o grande desafio que é educar frente a
tantas transformações estando assim comprometido em produzir educação de qualidade.
Contudo evidencia-se uma crescente busca por avanços educacionais
na medida em que o Estado tem buscado progressos na qualificação profissional e
na aplicação de macro projetos e
programas educacionais.
Para Gadotti (2007) a
educação não pode nortear–se pelo padrão da empresa capitalista que enfatiza
somente a eficiência. Este modelo ignora o ser humano. Para este paradigma, o
ser humano funciona apenas como puro agente econômico, um “fator humano”. O ato
pedagógico é democrático por natureza, o ato empresarial orienta-se pela
“lógica do controle”. O neoliberalismo consegue naturalizar a desigualdade.
A expansão da educação
aconteceu no ambito quantitativo, ou seja, aumentaram o número de salas de aula
e de professsores, ao passo que o nível qualitativo não foi considerado, muito
embora, verifica-se que atualmente há uma preocupação crescente com o avanço na
qualidade da educação.
Pensar a escola no
contexto atual é pensar no local onde se
promova a justiça,a ciadadania e a igualdade e esse é o seu maior desafio.
Referências:
GADOTTI,
Moacir. A escola e o professor: Paulo
Freire e a paixão de .1. ed. – São Paulo : Publisher Brasil, 2007.
SAVIANI,
D. Escola e democracia. 24. ed. São
Paulo: Cortez, 1991.
quarta-feira, 16 de janeiro de 2013
ALFABETIZAÇÂO E O USO DE FERRMENTAS PEDAGÓGICAS.
Ana Valéria Lucena Lima Assunção
Entende-se que na atual conjuntura educacional,
utilizam-se cada vez mais metodologias diversas como acessório no trabalho
pedagógico do professor, são estas preocupações que propiciarão de fato o
alcance do conhecimento. Entretanto, esta é uma prática relativamente nova, que
fora se desenvolvendo à medida que as necessidades foram surgindo.
Segundo Penha (2007) no Brasil, até o século XIX as crianças eram atendidas no seio da
família aos cuidados da sua mãe. Somente com o Movimento da Escola Nova,
surgiu o jardim de
infância, que para muitos seriam asilos franceses, que
apenas guardariam as crianças enquanto para outros, seriam jardins
de infância que contribuiria para o desenvolvimento infantil. Na metade do século XX o Brasil com o
desenvolvimento urbano e industrial, a mulher passa a ocupar um lugar de
destaque no mercado de trabalho, o que possibilitou a procura por creches e
parques infantis que atendiam as crianças em período integral.
Tendo em vista algumas modificações culturais, econômicas
e sociais que se processaram nas sociedades contemporâneas, observamos,
sobretudo a partir de meados do século XX, uma mudança no que, durante um bom
tempo, consideramos como sendo uma pessoa alfabetizada[1]. Se até o início do século
XX bastava que o sujeito assinasse o próprio nome para ser considerada
alfabetizado, com o passar do tempo, esta denominação careceu de maiores
especificações. (MONTEIRO e BAPTISTA,2009).
O poder do conhecimento ganha maior conotação e a
sociedade diante da evolução das técnicas de produção e industrialização requer
muito mais conhecimento dos indivíduos.
No Brasil saber ler e
escrever tornou instrumento privilegiado de aquisição de esclarecimento e
imperativo da modernização e desenvolvimento social. Portanto, a leitura e a
escrita que se encontravam para poucas pessoas, tornaram-se fundamentos da
escola obrigatória, leiga, gratuita e objeto de ensino e aprendizado
escolarizados. Caracterizando-se como tecnicamente ensináveis, as práticas de
leitura e escrita passaram, assim, a ser submetidas a ensino organizado,
sistemático e intencional, demandando, para isso, a preparação de profissionais
especializados (DEMENECH; PAULA, 2012).
Algumas metodologias são criticadas, outras exaltadas,
dessa forma a escola vão mudando de forma paulatina. Dentre as ferramentas utilizadas para
alfabetizar, uma das mais aceitas e utilizadas por muito tempo foi a cartilha[2]:
No
Brasil, a partir da última década do século XIX, com a organização republicana
da instrução pública, observa-se o início de um movimento de escolarização das
práticas de leitura e escrita e de identificação entre o processo de ensino
inicial dessas práticas e a questão dos métodos. A partir de então, a cartilha
vai-se consolidando como um imprescindível instrumento de concretização dos
métodos propostos e, em decorrência, de configuração de determinado conteúdo de
ensino, assim como de certas silenciosas, mas operantes,concepções de
alfabetização, leitura, escrita e texto, cuja finalidade e utilidade se
encerram nos limites da própria escola e cuja permanência se pode observar até
os dias atuais.( MORTATTI, 2000).
Nos anos 70 e 80 surgiram
movimentos operários e feministas que lutaram por uma educação que favoreceu a
todos combatendo a desigualdade social o que abriu caminhos para que em 1988
com a Constituição Federal, a educação pré-escolar fosse reconhecida como um
direito da criança e dever do estado. Porém somente com a LDB, 9394/96 veio
estabelecer a Educação Infantil como etapa inicial da educação .(OLIVEIRA, 2005, p.117).
Foi na década de oitenta que muitas escolas começaram a
abolir definitivamente a cartilha como prática corriqueira, momento em que a
prática construtivista começa a ser aceita por vários especialistas
educacionais.
Pois de acordo com Rocha (2007) a cartilha também roubava
o espaço do aluno e da linguagem, pois com ela os alunos eram apenas
espectadores, e eram obrigados a aprenderem coisas que muitas vezes não faziam
sentido em relação à linguagem. Com a cartilha não existe mediação o professor
finge que ensina e a criança finge que aprende. O professor e meramente
transmissor de um conhecimento empobrecido e distante do mundo real.
Dessa maneira, ensinar através de
metodologias construtivistas é notadamente muito mais fácil e divertido para a
criança. A competição sadia possibilita que a criança também conceba conceitos
relacionados à vida, ensinando-lhe que nem sempre na vida de adultos se ganha,
permitindo-lhe conviver com as duas situações: ganhar e perder.
Jean Piaget (1978) afirma
que o principal objetivo da educação é criar homens capazes de fazer coisas
novas, não simplesmente de repetir o que muitas escolas fizeram “criaram”
homens ao invés de cidadãos criativos, inventivos e descobridores, estimulando
a afetividade, sentimento de ideologia, e reflexão.
DEMENECH,
Flaviana;
PAULA, Flávia Anastácio de. História da alfabetização: uma resenha descritiva sobre as tematizações, normatizações e concretizações relacionadas com o ensino
da leitura e escrita.disp em www.foz.unioeste.br/~eventos/viijep/.../trabalho3bd03b2aa5.doc.
MONTEIRO
,Sara Mourão; BAPTISTA,Mônica Correia .Dimensões da proposta pedagógicapara
o ensino da Linguagem Escrita em classes de crianças de seis anos.
In:BRASIL,Ministério da educação.Acriança de 6 anos, a linguagem escrita e o
ensino fundamental de nove anos:orientações para o trabalho com a linguagem
escrita em turmas de crianças de seisanos de idade / Francisca Izabel Pereira
Maciel, Mônica Correia Baptista e Sara MourãoMonteiro (orgs.). – Belo Horizonte
: UFMG/FaE/CEALE, 2009.
MORTATTI,
Maria do Rosário Longo. Cartilha de
alfabetização e cultura escolar: Um pacto secular Cadernos Cedes, ano XX,
no52, novembro/2000.
PENHA , Eliana Dutra Pereira. A IMPORTÂNCIA DO LÚDICO NA EDUCAÇÃO INFANTIL: um olhar a partir da realidade da sala do
Infantil III Escola Sonho de Criança.
ROCHA,Elenice. As cartilhas no processo de
alfabetização. Revista científica eletrônica de pedagogia.Ano
V – Número 09 – Janeiro de 2007.
[1] Conforme o censo de 2000, alfabetizada é o indivíduo
capaz de ler e escrever um bilhete simples no idioma que conhecia. Aquela pessoa que aprendeu a ler e escrever, mas
esqueceu e a que apenas assinava o próprio nome foi considerada analfabeta”
(IBGE, 2001).
[2] Cartilha de
alfabetização continha letras do alfabeto que eram decoradas em ordem
alfabética e depois eram associadas uma as outras formando-se as sílabas e
delas as palavras(ROCHAS,2007).
quinta-feira, 25 de outubro de 2012
Texto de Ricardo Palaro
O Movimento das Casas Familiares Rurais nasceu em 1935, a partir da iniciativa de três agricultores e de um padre de um pequeno vilarejo da França que, de um lado, “prestaram atenção na provocação de um adolescente de quatorze anos que rejeitava a escola na qual tinha sido matriculado e, de outro, estavam atentos a seu meio, que queriam promover e desenvolver” (GIMONET, 1999, p. 40). Assim, a proposta de ensino e formação não estaria separada da realidade do momento, mas “estreitamente associada a ela e se inscreviam num movimento, numa dinâmica de conjunto” (GIMONET, 1999, p. 41). Desta forma, o ensino para os adolescentes “tinha um sentido e podia se transformar em aprendizagens” (GIMONET, 1999, p. 41).
Essa primeira experiência com a Pedagogia da Alternância que aconteceu na França em 1935 com a denominada Maison Familiale Rurale (MFR) surgiu em virtude de alguns fatores que vinham ocorrendo, “como o abandono dos camponeses no campo, o êxodo rural, a crescente urbanização e o profundo desenvolvimento do capitalismo” (NASCIMENTO, 2009, p. 160), assim, os filhos dos camponeses tinham apenas duas opções, “a primeira era abrir mão dos estudos e continuar trabalhando no campo e a segunda deixar o campo e ir estudar na escola pública da cidade” (NASCIMENTO, 2009, p.166). Os camponeses temiam que deixando seus filhos estudassem na cidade, estes renegariam suas raízes e abandonariam o campo. Deste modo, iniciaram então movimentos junto a “sindicatos e a igreja buscando uma alternativa viável para o problema que estavam enfrentando. Assim, aconteceu a primeira experiência onde os jovens ficavam reunidos uma semana em local apropriado (casa paroquial) e três semanas na propriedade familiar” (NASCIMENTO, 2009, p. 167).
No Brasil, a primeira experiência surgiu no estado do Espírito Santo, especificamente no município de Anchieta em 1969 mediado pelo padre Humberto Pietogrande através de um intercâmbio Brasil – Itália. Já em 1968 através da Fundação do Movimento Educacional e Promocional do Espírito Santo (MEPES) surgiu a primeira Escola Família Rural (NASCIMENTO, 2009, p. 167). Segundo Teixeira, Bernartt, & Trindade, no Brasil as experiências mais conhecidas da Pedagogia da Alternância são as desenvolvidas pelas EFAs (Escolas Família Agrícola) e CFR (Casa Familiar Rural). Os pesquisadores que estudam estas escolas utilizam a terminologia Centros Familiares de Formação por Alternância (CEFFA).
A pedagogia adotada pelos CEFFA é a Pedagogia da Alternância, que segundo Gimonet (2007, p.16) “a formação por alternância dos CEFFAs obedece a um processo que parte da experiência da vida quotidiana para ir em direção à teoria, aos saberes dos programas acadêmicos, para, em seguida, voltar à experiência, e assim sucessivamente”.
Na Pedagogia da Alternância todos colaboram para a elaboração das atividades, dos instrumentos, das organizações didáticas, dos princípios e métodos próprios das CFRs. Elabora-se então uma “pedagogia da partilha”. De acordo com Gimonet (2007), quatro são as finalidades da pedagogia da alternância: 1) orientação; 2) adaptação ao emprego (suprir a inadequação entre formação e emprego); 3) qualificação profissional (construir uma identidade profissional duradoura); 4) formação geral (permitir o mesmo acesso ao prosseguimento dos estudos através do ensino tradicional).
As principais características das CFR são: a responsabilidade das famílias na gestão de uma associação de pais e alunos; a alternância dos períodos entre o meio de vida socioprofissional e a Casa Familiar onde o educando exerce na prática uma concepção dialética de formação; a vida dos educandos em pequenos grupos e em internatos; uma equipe de formadores denominados monitores, e uma pedagogia adaptada que se chama Pedagogia da Alternância (NASCIMENTO, 2009, p. 168).
Na Pedagogia da Alternância “os pais são chamados a participar de toda vida da escola, desde o acompanhamento integral dos filhos quando estão junto à família até na administração, coordenação e manutenção da escola” (NASCIMENTO, 2009, p. 168).
REFERÊNCIAS
GIMONET, Jean-Claude. Nascimento e Desenvolvimento de um Movimento Educativo: As Casas Familiares Rurais de Educação e Orientação. In: Seminário Internacional Sobre Pedagogia da Alternância. Pedagogia da Alternância. Alternância e Desenvolvimento. Salvador, BA: SIMFR/VITAE/UNEFAB. 1999. p.39-48.
___. Praticar e compreender a pedagogia da alternância dos CEFFAs. Petópolis, RJ: Vozes, Paris: AIMFR – Associação Internacional dos Movimentos Familiares e de Formação Rural, 2007.
NASCIMENTO, C. G. Gestão democrática e participativa na pedagogia da alternância: a experiência da Escola Família Agrícola (EFA) de Goiás. Salvador, n.15, p. 163-178, jan./jul. 2009.
quinta-feira, 18 de outubro de 2012
ANTECEDENTES
HISTÓRICOS NA EDUCAÇÃO RURAL DO BRASIL
“A educação destinada aos trabalhadores rurais sempre foi
motivo de muita discussão e controvérsia. As políticas educacionais criadas
pelos governos colocavam a oferta de educação de uma forma geral. Desde o
Brasil Colônia, a educação foi pensada e ofertada somente aos filhos da elite,
que eram instruídos para dar continuidade ao projeto de perpetuação da
desigualdade social entre ricos e pobres. Os pobres, em sua grande maioria indígena,
escravos negros e camponeses, tinham a catequização dos jesuítas como consolo, já
que precisavam ser instruídos na fé católica e na obediência à Coroa de
Portugal.
A catequização não significava letramento, alfabetização,
mas o aprendizado mínimo das regras de conduta da Igreja, que serviam de
legitimação para as práticas de escravidão e exploração dos portugueses. Dessa
forma, (...) as propostas dos jesuítas e dos
portugueses se interligavam criando uma tríplice necessidade que não poderia
dicotomizar-se, a saber: colonização, educação e catequese deveriam caminhar articuladas
para um mesmo objetivo, que era levar a fé católica como salvação das almas e
ampliar a exploração realizada pelos portugueses.
Portanto, aos trabalhadores do campo era destinada a
enxada e a foice para que pudessem cumprir bem seu ofício, o que determinava a
perpetuação do poder aos senhores de engenho e, posteriormente, aos coronéis
das fazendas de café. De certa forma, desde 1550, quando realmente se iniciou o
processo de catequização dos jesuítas, até os anos 70 e 80 do século XX, ou
seja, durante mais de 400 anos de história, os camponeses foram relegados ao
descaso. Enquanto na cidade os trabalhadores se organizavam na busca de seus
direitos de cidadania, no campo os trabalhadores rurais continuavam sem
organização e, em muitos lugares, eram expulsos de suas terras devido à
ampliação do latifúndio, principalmente com o crescimento da pecuária.
Em algumas ocasiões na história do Brasil, os camponeses
foram sinônimos de resistência ao modelo imposto. São considerados os primeiros
movimentos sociais do campo devido às bandeiras de luta que estavam clamando.
São eles: Contestado, no Paraná e Santa Catarina, Canudos, na Bahia, o Cangaço,
no Nordeste Brasileiro e, por fim, as Ligas Camponesas, que deram origem à
Revolta de Trombas e Formoso em Goiás”.
Claudemiro Godoy do Nascimento*
* Licenciado em Filosofia pela
Universidade Católica de Goiás (1999). Graduado em Teologia pelo Instituto de
Teologia Santa Úrsula (2005). Mestre em Educação pela Universidade Estadual de
Campinas (2005).
Doutorando em Educação pela
Universidade de Brasília. Professor da Universidade Federal do Tocantins.
quinta-feira, 11 de outubro de 2012
PEDAGOGIA DA ALTERNÂNCIA
Um vídeo simples que explica maravilhosamente a história dessa modalidadehttp://youtu.be/WXdsI5fuCiE
Um vídeo simples que explica maravilhosamente a história dessa modalidadehttp://youtu.be/WXdsI5fuCiE
quarta-feira, 19 de setembro de 2012
Lugar de mulher...
Segundo
estudos sobre mulheres, um grande número delas confirma já ter
sido vítima, em algum momento de sua
vida, de alguma forma de violência física como exemplo, ameaças com armas, agressões , violência
psíquica, assédio sexual, etc.
Esses
dados assinalam a precisão em contestarmos de maneira mais arraigada, as discussões
de gênero e sexualidade principalmente na escola. É na escola que estamos tentando
formar cidadãos dignos, aptos a não apanhar e principalmente não bater. É na
escola que estamos tentando formar pessoas que deverão ter respeito ao próximo
independente de etnia, religião sexo... É na escola que devemos aprender que
ser diferente deve ser normal.
Vivemos
em uma sociedade que exclui racialmente e mascara-se pela lenda do democratismo
racial. Necessitamos da implementação de políticas sociais realmente inclusivas, uma vez que se verifica que hoje em dia, em diversos
setores da sociedade, a mulher ainda é estereotipada de maneira negativa. Modelo
disso são os múltiplos papéis determinados socialmente como o de que lugar
da mulher é na cozinha, lugar de negra é na minha cozinha...
A distinção de gênero e raça é edificada de acordo com diferentes padrões de
hierarquização da mulher. A mulher sofre duas vezes a discriminação, principalmente
por ser negra pobre e principalmente mulher.
Carecemos
apreender porque razão algumas classes estão mais sujeitas ao trabalho pesado,
recebendo salários menores com escolaridade baixa. Na maioria das vezes os
chamados movimentos sociais são um meio mais eficaz de combate a esse tipo de
abuso. Deve-se entender esses movimentos como um fenômeno de transformação da
sociedade. Eles nascem como via de fortalecimento de certos grupos que se encontram
à margem na sociedade. Ou seja, as mulheres continuam à margem do mercado e quando
entram no mercado de trabalho, as mulheres o fazem em desvantagem em relação
aos homens, por causa das considerações de gênero que condicionam a divisão
sexual do trabalho.
Entendemos que a partir dos anos 80 os movimentos sociais
lutaram pela conquista de direitos civis e políticos e atualmente é inegável a
importância das ações afirmativas, recentemente propostas a fim de estimular a
discussão sobre o preconceito, nunca francamente afrontado pela sociedade
brasileira.
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